terça-feira, 27 de junho de 2017

O coelho de Alice

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O coelho de Alice tinha pressa.
Não sabia que não existia tempo.
Que nada vai ou regressa.
E corria desesperado, atrasado e afobado.
Completamente abirobado.
Preso ao relógio
Sabe lá por quem inventado.
Estranhamente pela peça
Tic tac encantado.
Procurava sempre chegar a hora certa
Na verdade incerta.
Desejava chegar sem atraso
A algo de tão pouco caso...
No ontem que já havia passado,
No amanhã que não havia ocorrido
No agora... Que já havia acontecido.
Esquecendo-se de estar somente presente
Para que se tornasse consciente
De que realmente o tempo não existe

Só o tic tac o faz onipotente.

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