terça-feira, 9 de julho de 2013

O que vejo.


Sento hoje a janela
Para vê a vida.
Já que a ela não mais pertenço.
Não vejo contudo o presente.
Em meus olhos embaçados pelo tempo
Sinto-me dessa época ausente.
Não percebo o que ocorre no agora
Sinto somente o outrora
O passado que  desfila sob meus lumes.
Como criança que assiste à mesma fita
Cem milhão de vezes.
Meu pensamento, também, repete igualmente.
As mesmas coisas, tolas e emboloradas.
Do que já se foi.
Entre instantes de consciência atual
Horas a fios de desterro da vida.
Não vejo dessa janela a correria, os carros, a avenidas largas, calçadas de cimento.
Vejo namorados passeando, cães correndo livres, árvores frondosas, crianças e pipas.
Coisas que já não existem cá.

Somente sobrevivem em meus pensamentos.

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