segunda-feira, 29 de abril de 2013

Fantasmas


 

Fantasmas nas janelas, nas portas, nos umbrais.
Dedicam-se a espionarem minha vida.
Roubam minha luz.
Escurecem meus olhos.
Rasgam minhas ideias.
Devoram minha felicidade.
Destroem minha paz.
Detonam minhas esperanças.
Definham minha vontade.
Cortam meus laços de amor.
Esfriam minhas paixões.
Embrutecem minhas emoções.
Entranham-se no meu coração.
E estabelecem seus domínios.
Baseados no medo, na raiva, na magoa.
Posso dizer, ora, são fantasmas.
Todavia são os meus fantasmas...
Que me tonteiam o raciocínio.
E ferem profundamente
Como todas as lembranças amargas o fazem.
Carcomendo a minha vida
Como a ferrugem que coroe o ferro
Até nos restituir ao pó. 

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