Carnaval.
Em meio a tanta alegria...
Quantos não voltarão
Quantos se perderão
Esquecidos na orgia.
Sofrimento e alegria
Em alguns rostos só risos
Em outro só escárnio e ira.
As mãos dadas em folia
A tristeza entranhada
Na morte,
Na agonia.
Sorri Baco e bacantes
Vinhos, cerveja, álcool embriagante.
Perda do siso nos que foliam.
É no grito do bloco, da escola,
E no eco apavorado de quem rola
Empurrado, comprimido, na viela,
Pisado esmagado, triturado, chutado.
Tudo sem sentido.
Nem a alacridade.
Nem a agonia.
Numa só noite de carnavalesca alegria.
Morre o sonho de toda uma família.
O filho inesquecível, o pai infalível, o amigo adorado.
Deitado na rua, pisado.
Um corpo a mais nas estatísticas
Um furo televisivo
Gravado num imprevisto.
E sobre o chão de mijo
Esfacelado, sangrando, corpo frio.
Um folião dado em sacrifício
Aos prazeres dos homens ensandecidos.
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