sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Felicidade noturna.



Felicidade noturna.


Quando a solidão perfura, corta, amputa.
E torna-se bisturi que rasga fino e fundo,
Serra elétrica que separa em pedaços, minhas partes, meu mundo.
Destruindo o que foi o sonho de felicidade.

Quando a solidão é megera, vil, medonha, insaciável,
Provocando dor dilacerante, inacreditável,
Sem deixar marcas aparentes, visíveis, tocáveis,

Agindo silenciosamente, sorrateiramente, em minha alma.
Quando age assim a solidão, busco os sonhos.
E eles a mim manifestam os meus desejos, os meus anelos, a minha quimera.
A mim trazem os objetos de minha aspiração, o que me agrada, meus anseios.

Em sonho tenho o que amo.
O desejo realizado, o ser adorado, venerado... Maquiado.
Preenchendo-me os espaços vazios, os nichos ocos  os ninhos vagos.

Nada obstante, a matéria da fantasia é miragem.
Tão falsa como a realidade quotidiana.
Os devaneios se desfazem ao abrir dos olhos.
Como a nevoa que se dispersa a luz solar.

Eis que vem, que volta a solidão funesta.
Solidão instrumento do aprendizado da vida
Aniquiladora da alegria noturna;
A utopia da felicidade plena em vida.


Nenhum comentário: