domingo, 10 de julho de 2011

Ouves.


Ouves.

É o que posso oblatar.

Mas, o que tenho quero doar.

Que me servem sapatos e meias...Sem pés.

Calças, saias, bermudas...Sem pernas.

Camisas, camisetas, camisolas...Sem tórax.

Batons, pós, cremes...Sem rosto.

Óculos sem olhos.

Pentes, escovas, chapinhas...Sem cabelos.

Casas...Que não posso habitar.

Carros...Que não posso dirigir.

Cavalos nobres...Que não mais cavalgo.

Família...Que não me ver.

Amigos...Que me esqueceram.

Meus animais de estimação...Únicos que me percebem.

Sentada na cadeira de balanço no terraço.

Tanto tempo passado da minha morte.

Evitam-me.

Ali fico.

Esperando não sei o que.

Já que em nada acreditei.

O que poderia me esperar se não o vazio.

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