domingo, 1 de maio de 2011

Copos e corpos.


São dois copos.



São dois corpos.



São dois copos vazios.



São dois corpos despidos.



São dois copos esvaziados.



São dois corpos desnudados.



São dois copos sem conteúdo.



São dois corpos sem palavras, em silêncio profundo.



São dois copos que já deram tudo.



São dois corpos que se entregaram e ficaram mudos.



São dois copos que agitaram o sangue.



São dois corpos que agitaram o sexo.



São dois copos que voltarão a armário.



São dois corpos que voltarão as suas vidas.



São dois copos, objetos.



São dois corpos usados um pelo outro.



São dois copos que serão lavados, limpos.



São dois corpos que nunca mais serão os mesmo.



Por causa de um encontro fortuito.



Que trará conseqüências no futuro.



Na teia da vida e do destino.



Onde não existe o acaso.



E cada ato, a cada ator a atuação é cobrada.

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