domingo, 6 de março de 2011

Esperando um anjo.

Anjo olha para mim.



Aceita meu convite.



Vem ao meu encontro.



Não tarda.



Já há tanto conclamo tua presença.



Esperava-o em meu berço de criança.



Com olhos postos no telhado.



Atenta a qualquer barulho de asas.



Que não fosse dos morcegos e coruja.



O tempo se foi.



O berço foi trocado pela cama.



Mas, continuei a te esperar.



Na mocidade orava pela tua chegada.



Esperava-o até o sono me vencer.



E pela manhã buscava alguma prova de tua presença.



Fui em busca da vida.



Tive meus filhos.



E pedia para que nos viesse ver.



Era como o recomeço.



Era a mesma espera.



Ha! Meu anjo como desejei tua presença em tantos momentos tristes.



Ou para dividir contigo minhas alegrias.



O tempo se foi.



Os filhos se foram.



O esposo se foi.



Meus pais se foram.



Meus irmãos se foram.



E ficamos eu e tu.



E nesse último momento.



Que sei ser o último.



Vem anjo!



Que eu possa ver teu corpo de luz.



Tuas asas douradas.



Teus olhos de amor.



E sendo atendida a velha senhora estende as mãos para o vazio.



Sorrir. Dá seu último suspiro e despede-se da vida.

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