sábado, 26 de fevereiro de 2011

Velório.

Mistério nesse corpo frio.



Não há mais calor.



Para onde ele foi?



Que saiu dele para transformá-lo numa pedra de gelo?



Onde está o movimento?



A forma de sacudir os cabelos.



O piscar dos olhos.



Olhos de céu.



Fechados para sempre.



Seu sorriso morto.



Seus dentes cerrados.



Seu corpo rijo.



Que mistério e esse?



Que leva a vida e o movimento.



E deixa o vazio e o lamento.



A solidão e o desespero.



Não há mais razão de chamar seu nome.



E suas coisas serão doadas.



Tudo que amava abandonado.



Todos seus amigos deixados.



Seus amores esquecidos.



Seus livros empoeirados.



A areia do tempo encobrira teu corpo.



E tuas lembranças.



O que de ti não esquecerem.



Serão também engolidos pelo tempo.



E em outros tempos,



E em outros lugares,



Com outros nomes,



Em outros corpos,



Nos encontraremos.



Em nova vida.



Em nova chance.

Um comentário:

Runa disse...

Um dia, tudo pára, como um estranho sortilégio, mas é apenas uma pausa breve, na grande roda da eternidade.

Bom fim-de-semana

Runa