segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sem perceberes.


Não me temas.

Não sou tão má assim.

Trago algumas dores.

Mas, é necessário para ti.



Não, não, não me temas.

Chego quase sem perceberes.

Infiltro-me aos poucos.

Para não te amedrontares.



Coloco-me inicialmente num local que não vês constantemente; teu rosto.

Depois me espalho pelo corpo aos poucos.

Sugo teus fluidos, a maciez da tua pela a tua elasticidade.

A lisura.



Instalo-me nos teus ossos.

E te faço caminhar devagar.

Mas, é só pra não te machucares.

Já correstes tanto na vida.



Convivo contigo anos e anos.

Visito cada órgão e vejo o mais fragilizado.

E lá assento moradia.

Para que a cada dia ele enfraqueça.



Se ainda não sabes que sou te direi:

Sou a velhice.

Que consome lentamente o teu corpo.

Para que tua alma descontente se alegre na hora do retorno a pátria espiritual.

Um comentário:

Flavio Oliveira disse...

parabensws pelo seu trabalhoo