sábado, 4 de dezembro de 2010

Pés.




São pés chagados no caminho.

Vitimados pela longa caminhada.

Sujos do pó da estrada.

Rasgados por pedras e pedregulhos.



São pés que experimentaram tantas rotas.

Que às vezes a lugar nenhum levaram.

E então retornavam a mesma estrada abandonada.

Reiniciando a caminhada.


São pés de criança que cresceram

Pelas estradas da vida.

Sofreram, se esfacelaram e padeceram.

Pelos caminhos envelheceram.



São pés com marcas profundas.

São pés que viveram solitários.

Pois ninguém poderia por eles.

Fazer-lhes o itinerário.



São pés que marcaram o primeiro barro virgem.

Que traçaram os primeiros caminhos.

Que criaram as primeiras estradas.

E por elas perpetraram sua macha.



São pés que cansaram.

Cansaram da dor e da destruição.

E por um momento pararam.

Em meio a uma multidão.



E pés e corpo conheceram.

O tormento e a injustiça.

Na face daquele homem.

Posto miseravelmente a cruz



E os pés mudaram de estradas.

E todas as suas caminhadas.

Todas as trilhas palmilhadas.

São agora em glória de Jesus.

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