segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Partiu.


Partiu uma mãe Terra para o céu.
Não sei como será o céu que ela criou para si.

 
Pois, era o tipo de pessoa que não se prendia a costumes impostos, a tradições as quais não via sentido.

Era especial. Via o futuro, predizia, sonhava, se importava...

Tinha a voz de trovão, os olhos de águia, os movimentos de uma mãe d’água, um encantamento.

Quem a via não a esquecia jamais. Ela era imponente e forte. Não, não era uma bruxa, uma wicca, uma médium ou outra qualquer definição que lhe possa dar era tudo isso e muito mais.


Era amada pelos amigos. Era só como o eremita. Iluminada como a estrela do tarô, forte como a imperatriz, transmutadora como o mago, curiosa como louco, equilibrada como a temperança e realizadora como mundo.

 
Viveu de frente para o mar, no turbilhão da vida.

 
Não me despedi dela.


Não tinha tanta intimidade para fazê-lo. Tive medo de incomodar. De não ser bem recebida pela parentela. Eu uma quase estranha.


Mas, pensava nela sempre. Orava sempre. E todos os dias quando passava em frente em sua casa elevava nem que fosse uma pequena oração pela sua melhora.


Foi-se nossa irmã de mistério, do oculto. Uma daquelas mulheres que não tem medo de levantar o véu de Isis. E caminha entre os dois mundos.


Espero que ela continue ainda seu sono dos justos e quando acordar esteja rodeado pelos que ama. Que a Luz que ela plantou em si e pelos caminhos que iluminou para os outros fique em paz.


Até logo Irma.


2 comentários:

Runa disse...

O destino de todos nós, é partir. Talvez por não pertencermos aqui, ou por outra insondável razão, fora da nossa compreensão. De qualquer das formas, gostei da ternura e sinceridade com que fizeste tua despedida, de alguém que passou e deixou rasto...


Beijos

Nilson Barcelli disse...

As pessoas especiais também partem.
O texto é uma belíssima homenagem.
Beijos.