sábado, 9 de outubro de 2010

Letras.


Letras mortas em brancas folhas.

Falam de um tempo que já não existe.

Uma realidade que só em mim persiste.



Língua morta ou moribunda.

De um tempo que já se foi.

E insiste sei lá porque em viver a dois.



Eu e ela língua morta.

Ela e eu só nos dois.

Vivendo um para outro como se não existisse antes e depois.



Letras mortas nada falam.

Nem a mim nem a ninguém.

Então por que retalham meu coração como réquiem.



Falam de ti e de todos que já não estão aqui.

Falam de um passado morto.

Que em vão tento suprimir.



São lembranças nessas letras.

Lembranças que atormentam.

Lembranças que dementam.



Se pudesse fechar o livro.

O livro da minha vida.

Findaria agora mesmo sem longas despedidas.



Mas, a minha crença é forte.

Numa vida no além.

Assim, espero a morte.



Como forma de partida.

Para uma nova vida.

Que a essa de transtorno finda.

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