sábado, 9 de maio de 2009

Em minha maturidade

Em minha maturidade

Em cada ruga ganha na vida

Em cada cicatriz

Nas mãos que ressecaram

Envelheceram riscadas por azuis rios de sangue

Tremulando mais e mais a cada dia.

Nos olhos baços

Cansados

Quase fechado pelo peso das pálpebras

Que se apertam frente à luz.

No corpo frágil

Flácido, de músculos semimortos

Alquebrados pelo tempo

Lento, lerdo, em quase intermináveis gestos.

Nas pernas cansadas

Dos caminhos da vida

Das grandes subidas

Das íngremes montanhas.

Na minha maturidade

Na minha velhice

No coração senil

Sobrevive um anjo criança

Que se espanta a cada nascer do Sol

Encanta-se com as grandes Luas amarelas

Arrebata-se em noites cheias de estrelas

Treme ao som dos ventos

E crer firmemente em fadas, duendes, gnomos

E no Grande Espírito que tudo permeia.

E torna anciã plena de contentamento de poder participa

Do show da vida.




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