segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Não, não te abandonei

Não, não te abandonei

Não, não te abandonei por prazer.

Nem tão pouco pelo trabalho que me trarias,

Ou pelas horas de sono que iria perder.

Não, não te abandonei por prazer.

Para ficar na rua alta hora,

Ou badalar em festas frívolas.

Não, não te abonei por prazer.

Para poder amar aos homens,

Ou não envelhecer rapidamente.

Não, não te abonei por prazer.

Que sei que são rápidos como relâmpagos,

Tênues como teia de aranha,

Mutantes como as nuvens.

Não, não te abandonei por prazer.

É que não podia fica contigo,

Meu peito era seco,

Sem vida, sem leite.

Não tinha a te dar agasalhos,

Só trapo.

Pensei em ti.

Não, não te abonei por prazer.

Mas, pela minha miséria.

Pela minha pobreza total.

Pensei em ti.

Perdoa-me.

Filho.

(visite:
Poemas e Encantos II )


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