quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Minha boneca Marli

Minha boneca Marli

A mais linda das bonecas.

De cabelos vermelhos,

Enroscados pelos meus mil penteados.

Imundos por serem pelo chão arrastados.

Faltando, aqui e ali, uma mecha, que lhe foi arrancada.

O corpo um pouco deformado.

De tantos abraços apertados.

De saltos mortais,

Cambalhotas originais.

Vestido rasgado.

Velho,

Sujo,

Amarrotado.

Ah! Marli...

Era minha boneca preferida.

A mais amada,

A mais querida.

Que mais necessitava de mim.

A mais doentinha,

Fraquinha, fraquinha, sim.

Foi-se no tempo Marli.

Surgiram joãos, Marias, Joaquins.

Weltons, wilsons, wandercleides,

Albertos, Marianas, Lucicleides.

Muitos outros bonecos de carne e alma.

Que me lembram a Marli.

Sujos, corpos deformados, roupas rasgadas, velhas, amarrotadas, fraquinhos, fraquinhos.

Bonecos que eu não abracei,

Que não ajudei,

Que não amei.

Hoje os procuro em outros tantos assim.

Para plantar a paz em mim.

(visite:
Poemas e Encantos II )


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