sexta-feira, 13 de junho de 2008

Tatuagem do tempo.



Quem te convidou?

Não sabes que não és bem vinda?

Por que te estampas em minha face?

Ah! Maldita.

Não poderia esperar para os últimos dias.

Por que me deformas ao pouco?

Sois tatuagem do tempo.

Que surge lenta como o mesmo.

E toma ar de senhora.

Dona de todos os espaços do corpo.

Espalha-se por fora e por dentro.

E diz todos os dias: cheguei!

No espelho te enxergo perfeitamente,

Ali, junto a mim, em mim.

Não gostaria de te ter como companhia.

Todavia vieste.

De manso.

E quando notei já estavas instalada em minha casa.

E minha alma chorou.

Pois, não tinha notado os ponteiros do relógio.

E o que deixou para fazer depois.

Tu cresce.

Eu diminuo.

Até que tome todos os lugares e cantinhos.

Até que eu ceda meu último fio de cabelo.

E feneça de velhice.

(visite:
Poemas e Encantos II )

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