sexta-feira, 2 de maio de 2008

Ser só.


É um estado de espírito

Uma faculdade da alma.

Uma escolha.

É estar rodeado de pessoas.

E não ouvir o que se fala.

O que pensam os outros sobre tudo.

É viver em seus próprios pensamentos.

É sentar a mesa taciturno.

E merendar sem dá uma palavra.

Viver escondido no quarto.

Na casa.

No escritório.

Preferir roupas discretas.

Nunca abusar das cores.

Poucas palavras, pouquíssimas.

Nenhum sorriso.

Gargalhar nunca.

Andar devagar e não fazer barulho.

Não ter amigos.

Não visitar parentes.

Enterrar os mais próximos.

E esquecê-los no álbum de família.

O amor e a paixão são para outros.

Para si só solidão.

Escolhida e aproveitada ao máximo.

Nos domingos sem lazer.

Na leitura de antigos livros bolorentos.

Na cama de solteiro.

É morrer sem que ninguém saiba.

Sem dá trabalho.

Somente na hora do enterro
.
Pois, não terá quem segurar as alças do ataúde.

E depois o limbo.

O cinza, o nada, o não som.

Por muito tempo.

Até a primeira lágrima sentida.

Saudade de alguém que amava.

Que virá buscá-lo com presteza.

Para que deixe de ser um homem invisível.

Para ser uma alma em tratamento.

(visite:
Poemas e Encantos II )


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