quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008


A sereia.

No fundo do mar cantou uma sereia para mim:

Vem, vem, vem para melhor me ouvi.

Vem, vem, para mim.

Bravamente resisti.

E ela continuou com seu canto:

Vem para ser feliz.

Em meus braços de gelo e giz.

Em águas frias da cor da flor de Liz.

Bravamente resisti.

Em castelos de conchas douradas.

Ouvindo minha voz encantada.

Tendo só sonho as madrugadas.

Vendo a Lua sob as águas.

Continua o canto sereia.

Dar-te-ei a vida eterna.

Mocidade que não acaba.

Força, coragem, bravura.

Bravamente resisti.

Esperava-me no porto.

Nessa noite fria.

A esposa fiel e madura.

De calos nas mãos e na face rugas.

Não podia deixar pelo canto vago da sereia.

A realidade que me chamava.

O amor maduro e responsável.

De quem viveu, sofreu e sempre batalhou ao meu lado.

Bravamente resisti.

A beleza impar daquele ser.

Que representava todas as ilusões do mundo.

Pois, ao cair na água gelada.

Morreria e não seria mais nada.

Só um perdedor.

Um fraco.

Um sonhador.

(visite:
Poemas e Encantos II )

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