terça-feira, 4 de setembro de 2007

Silêncio.

Minha alma ouve o silêncio.
Não há mais palavras que ecoem pelas paredes.
Não há mais risos infantis.
Ou baladas em alto som para incomodarem vizinhos.
Não há festas de aniversários.
Não há amigos ao telefone.
Não há mais gritos de alegria.
Não há mais euforia juvenil.
Só silêncio.
Minha alma ouve o silêncio.
Silêncio dos filhos que se foram.
Cresceram.
Casaram.
Mudaram de casa.
Mudaram de país.
Mudaram de vida.
Só silêncio.
Minha alma ouve o silêncio.
O silêncio dos que ficaram.
Dos que ficaram para trás.
Dos que serviram de escada para crescimento alheio.
Dos que apoiaram, dos que serviram, dos que amaram.
Dos que deixaram de fazer por si para fazer pelos outros.
Só silêncio.
Minha alma ouve o silêncio.
E nesse silêncio está minha consciência.
Consciência do dever cumprido.
Do amor estendido a todos que estiveram sob meu teto.
Sob a proteção das minhas mãos.
Sob ensino dos meus lábios.
Sob meus pedidos de proteção em orações.
Só silêncio.
Minha alma ouve o silêncio.
E nesse silêncio ela repousa.
Sem culpas, sem dor, sem amargura.
Pois, estendi o meu amor a outros.
Que necessitavam sorrir.
Necessitavam de apoio.
De alguém que os abençoassem.
Silêncio.



2 comentários:

Mabi disse...

Olá querida :)

Muito profundo o ensinamento deste post... se choramos a ausência daqueles que a vida levou para longe dos nossos olhos, busquemos outros para que nosso abraço e afeto não fiquem perdidos na ilusão da dor.

Muita paz pra ti :)

Mallika disse...

Concordo.

Dessa forma nao ficamos presos ao passado.
Abraços.