quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Quantas vezes voltarei?

Quantas vezes já vestir o corpo de carne?

Quantas vezes retiraram-me da pátria espiritual amada?

E desci a terra enlevada pelos sonhos de crescer.

Quantas pátrias tive nesse canto?

Quantas famílias.

Quantos amores.

Quantos encantos.

Quantos filhos e irmãos.

Quantas vezes habitei ventre materno?

E chorei a entrada do primeiro ar nos pulmões.

Quantas vezes fui criança inocente?

Adolescente revoltado.

Adulto preocupado.

Ancião depauperado.

Quantas vezes enverguei a farda, a arma o punhal?

Quantos irmãos despachei para o mundo espiritual?

Quantas vezes amei desesperadamente?

Quantas vezes dediquei-me a outro ser doente?

E noites a fio zelei em um leito de morte.

Quando vezes me embebedei?

E sorri como os loucos e dementados.

Quantas vezes estive ao seu lado?

Quantas vezes errei e acertei?

E o que indaga minha alma e perturba minha calma:

Quantas vezes ainda voltarei?

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