quinta-feira, 19 de julho de 2007

Dor.


Dói no peito feito faca enfiada
A saudade de quem me deixou.
Sem aviso, sem cartas, sem nada.
Partiu e me abandonou.

Deixou o vazio, a tristezas e a solidão.
De mim parece nem lembrou.
E aqui estou solitária e sem esperanças.
Enfim, o que me restou?

Passam anos e minha vida.
Jaz oca como uma concha morta.
Se esvai em pranto e dor.
Nenhuma esperança me restou.

Chega enfim, então meu dia.
E de longe o avisto.
Tento em vão apertá-lo em meus braços.
E beija-lhe as faces. Mas, não consigo.

Passei meu tempo em lamurias.
Nada construí para minha alma.
E agora de novo em choro.
Distante dele me encontro.

Joguei fora uma vida em queixumes.
Em saudade e agonia.
E agora tenho que refazer.
Em outra vida as lições perdidas.

Quem sabe então noutro dia.
Quando por fim meu corpo ceder.
Ao tempo, a doença, a morte.
Meu amado filho poderei rever.

A bondade divina é infinita.
E nunca me abandonou.
Nessa nova vida que se inicia.
Ele será meu filho de novo.

E assim, enxugo o pranto.
Derramado tanto tempo em vão.
Por não compreender a Misericórdia Divina.
E ter perdido a fé em Deus, na minha solidão.

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