quinta-feira, 21 de junho de 2007

Palavras de Sérgio Murilo.


Abraços.
Envio abraços aos que aí ficaram.
Digo-lhes da minha saudade.
Digo-lhes mais...

Cá onde estou há de tudo um pouco.
Mas, nada é como aí.
Fica a vontade e os desejos.
Que não podem serem mais satisfeitos.

Sinto que estou vivo e morto.
Morto para quem estar vivo.
Vivo para quem estar morto.
Loucura e sandice.

Mas, continuo.
Nada deixei por fazer. Pois, pouco ou nada fiz.
Família nem pensar. Não tive tempo ou paciência para tal.
Era muita responsabilidade.

Salvei algumas almas, com certeza.
Pois, dei exemplo de como um homem se acaba pelos seus vícios.
Triste fim, entre dores e gemidos.
Bebi todas, fumei todas, cheirei todas, queimei todas. E todas elas me “queimaram”.

Arrependimento nenhum.
Dores muitas.
Acordei aqui. E só aqui vi a torpeza da minha vida.
A inutilidade da minha existência, a minha desumanidade.

Um dia virá que serei resgatado.
Mas, por enquanto isso não ocorrerá.
Ainda sinto falta dos prazeres do mundo.
E isso me impede de subir ao contrário desço em busca de prazer.

Se consigo me ver me arrepio. Já não lembro o que fui.
Sou um farrapo, um monstro. Sedento de fome pelo vicio.
Espero e ataco como uma fera e nada me impede.
A não ser uma vontade ferrenha, um anjo de luz, uma oração de mãe.

Por onde andará a minha?
Também, não interessa. Possivelmente nem me reconheceria.
Abandonei o lar tao cedo.
Viajei e conheci meio mundo. Vivi.

Se hoje me encontro nessa situação foi por que assim quis.
Não culpo a ninguém. Também, nada peço.
Sigo meu caminho e o caminho dos que trilham o mesmo.
Sou um encosto, um ebó, um obsessor.

Não, não sou. Sou alguém que precisa de ajuda.
Mas, que não a pede.
Por orgulho ou por medo de não ser atendido.

(inspirado por Sergio Murilo).

Nenhum comentário: